segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Conferência

PERMANTAR 2009


A maior campanha portuguesa de sempre na Antárctida


SEGUNDA-FEIRA, 26 OUTUBRO 2009 18h Reitoria SALÃO NOBRE

A Universidade de Lisboa é a instituição portuguesa que mais esforço tem dedicado à investigação na Antárctida, destacando-se os trabalhos no âmbito do estudo do permafrost e das alterações climáticas. Os trabalhos têm sido coordenados pelo Grupo de Investigação em Ambientes Antárcticos e Alterações Climáticas (AntECC) do Centro de Estudos Geográficos, que colabora com equipas do Centro de Geofísica da UL, e do Centro de Geofísica de Évora. A nível internacional, participam na investigação em curso instituições de Espanha, Argentina, Bulgária e Rússia.
Nesta sessão, serão apresentadas as actividades levadas a cabo na campanha do início de 2009, bem como os primeiros resultados dos trabalhos efectuados na Antárctida. Será também apresentado o documentário Permafrost! Ciência polar a 62º Sul que ilustra as actividades que têm sido levadas a cabo pelo AntECC na Antárctida.

Intervenientes do Grupo de Investigação em Ambientes Antárcticos e Alterações Climáticas do CEG-UL
Gonçalo Vieira Alexandre Trindade
Raquel Melo

Moderador: Mário Neves

Programa
Introdução, por Gonçalo Vieira - Coordenador do Grupo de Investigação em Ambientes Antárcticos e Alterações Climáticas do CEG-UL

Permafrost! Ciência polar a 62º Sul - Documentário de 16 min. sobre a investigação do CEG-UL na Antárctida, preparado no âmbito do projecto Latitude60!

PERMANTAR-2009: A maior campanha portuguesa de sempre na Antárctida, porGonçalo Vieira - Coordenador do Grupo de Investigação em Ambientes Antárcticos e Alterações Climáticas do CEG-UL

Aspectos do regime térmico do solo na área da Base Antárctica Búlgara St. Kliment Ohridski, Ilha Livingston, por Alexandre Trindade - Mestrando em Geografia Física, Investigador do Grupo de Investigação em Ambientes Antárcticos e Alterações Climáticas do CEG-UL.
Dinâmica geomorfológica actual da ilha Deception. Estudo do sector Cerro Caliente - Crater Lake, por Raquel Melo - Mestranda em Geografia Física, Investigadora do Grupo de Investigação em Ambientes Antárcticos e Alterações Climáticas do CEG-UL
Debate moderado por Mário Neves -Investigador do Grupo de Investigação em Ambientes Antárcticos e Alterações Climáticas do CEG-UL.

Entrada livre

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Conferência

O Árctico é um ecossistema de grande importância ecológica, económica e humana, cujas mudanças nas últimas décadas
foram muito acentuadas. A fusão do solo permanentemente gelado (permafrost) e o cada vez maior degelo durante o Verão, são algumas das consequências das alterações climáticas globais observadas neste sistema com repercussões directas nas comunidades biológicas incluindo o Homem. Embora as evidências das alterações a nível das comunidades humanas sejam fáceis de avaliar, as consequências nos ciclos biogeoquímicos dos elementos são mais difíceis de quantificar. No entanto, estas alterações podem ter efeitos mais nefastos a nível local e global.

Nesta comunicação serão apresentados os trabalhos desenvolvidos por esta equipa no Árctico Canadiano no que
respeita ao efeito da fusão do gelo e da permafrost no ciclo do carbono e contaminantes. Serão ainda discutidas possíveis
cenários destes efeitos nos ecossistemas nacionais.


___________________________________
Palestra organizada pela Presidência do Conselho Científico, a realizar na próxima 4a. feira, dia 21 de Outubro, pelas 14h00 no auditório do IPIMAR - Av. de Brasília, 1449-006 Lisboa.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Semana +7

Lisboa.
+23ºC.
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E chegou altura de fazer um intervalo, pois a Ciência também vai de férias!
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Voltaremos em Agosto com as novidades da campanha de Julho em Umiujaq e o desenrolar dos resultados por aqui.
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quinta-feira, 2 de julho de 2009

Semana +6

Lisboa.
+24ºC.
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Lisboa arrefece enquanto o Árctico aquece.
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Como se comentava, numa troca de e-mails com os nossos colegas, parece que o Verão chegou em força a Umiujaq.
Ao prepararem a campanha de Julho estão particularmente atentos às variações climatéricas dos locais.
E parece que as variações que observamos, quando lá estivemos, se mantêm.
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São as alterações climáticas, dizem os Inuits.
Nós também achamos.
Falta provar!
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As medições que os nossos colegas vão fazer este Julho poderão fornecer mais pistas.
Cá estaremos para as analisar.
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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Semana +5

Lisboa.
+28ºC.
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Chegaram as amostras de sedimento.
Entretanto problemas técnicos nos equipamentos levam a que as determinações estejam atrasadas.
Esperamos que no mês de Agosto, por sinal um mês mais calmo, se consiga processar toda a informação.
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Notícias do Canadá dizem-nos que os nossos colegas vão regressar a Umiujaq no próximo mês.
Querem realizar determinações de Verão.
Lamentavelmente não podemos ir, pois aqui há muito trabalho.
Esperamos que tudo corra melhor.
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- Narvais: Migração ocorre todos o Verões no Árctico -

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Semana +4

+36ºC.
Lisboa.

Regressados a Lisboa, o trabalho continua.
Entretanto do Canadá chegaram as amostras que nos faltavam.
As determinações analíticas vão começar muito em breve.

Hoje partilhamos uma curiosidade.
Enquanto estivemos no Árctico trocamos mensagens com o Investigador José Xavier que está na Antárctida. Atrevemo-nos a dizer que estas foram, porventura, as primeiras mensagens trocadas por portugueses entre a região Boreal e a Austral!

O José é biólogo marinho e está a passar uns meses no pólo sul enquanto estuda a fauna local.
No seu registo de campanha - link aqui - vai descrevendo o seu trabalho e colocando outros posts sobre questões da Ciência Polar.

Vale a pena passar por lá para ver!


sexta-feira, 12 de junho de 2009

Semana +3

+32ºC.
Guiyang, China.


O João continua no Congresso na China.
Hoje decorreu a sessão especial sobre a Contaminação das Regiões Polares.

A situação é cada vez mais preocupante.
A comunidade científica presente na Conferência expressa grande preocupação em relação ao facto de como as alterações climáticas estão a afectar, não só a qualidade dos ecossistemas polares, mas também todos os aspectos sociais que dela advém nas pessoas que os habitam.

Nós - a equipa do IPIMAR - já tínhamos constatado estas observações em Kuujjuarapik e em Umiujaq.
Mas confirmamos que a preocupação é geral.
Passa-se em todo o Árctico e, mesmo na Antárctida, já se começam a verificar alterações a nível do ciclo dos elementos.
A mensagem que ficou desta Conferência é que, cada vez mais, algo tem de ser feito.
E com mais urgência.

O Ano Polar Internacional contribuiu para um aumento do conhecimento do que se está a passar. Agora é preciso empreender esforços para que estes estudos continuem.

O que se passa nos Pólos é algo que diz respeito a todos.

- Poster apresentado pela equipa do IPIMAR -

domingo, 7 de junho de 2009

Semana +2

+23ºC.
Guiyang, China.

Poderão ficar espantados por este post ser escrito desde uma cidade chinesa.
Na verdade o João está, neste momento, no 9th International Conference on Mercury as a Global Pollutant, que decorre na China.

Ainda aguardamos a chegada a Lisboa das restantes amostras de Umiujaq, por isso as análises encontram-se paradas para serem tratadas todas de uma só vez.

Entretanto o João deslocou-se ao outro lado do mundo para, além de outros trabalhos, apresentar uma comunicação relacionada com os trabalhos efectuados no ano passado em Kuujjuarapik.
Esta comunicação está inserida numa sessão especial denominada Mercury in Polar Systems e pretende apresentar resultados relacionados com a distribuição do mercúrio na neve, no gelo, na água e nos sedimentos do Árctico.

Os resultados obtidos pretendem demonstrar que, tanto a neve como o gelo polar, acumulam mercúrio. Mais uma tentativa de levantar especial atenção para os ecosistemas polares na altura do degelo.
Grandes quantidades deste contaminante são, então, transportadas para os sistemas aquáticos ficando os organismos sujeitos a este input repentino.

Os trabalhos em curso de Umiujaq vão poder confirmar os resultados obtidos mais a Sul.

- Perspectiva de Guiyang -

domingo, 31 de maio de 2009

Semana +1

+32ºC.
Lisboa.
Mais trinta do que em Umiujaq.


Faz hoje precisamente uma semana que regressamos do Árctico.
Como é do vosso conhecimento, os nossos colegas canadianos ficaram lá até à passada Quarta Feira. Falamos com eles nesse dia e não tinham a certeza se regressariam de Umiujaq nessa data, pois o tempo não estava bom.
Como o nosso aluguer do Modem por satélite  acabava nesse dia, não tivemos mais novidades, ficaram isolados do Mundo.
Esperamos que se não conseguiram regressar nesse dia, pelo menos no seguinte o tenham feito.

Entretanto por cá as nossas amostras começaram a ser processadas.
Como algumas chegam por correio vamos esperar que cheguem todas. Análise completa, feita de uma só vez.

Estamos muito curiosos com os resultados a obter.
Veremos o que regressa. 

Entretanto o João está de partida para um congresso na China. Apresentará alguns dos resultados obtidos na campanha de Kuujjuarapik, no ano passado.

Mas voltamos para a semana!


domingo, 24 de maio de 2009

Dia +1

+19ºC.
Lisboa.
Chuva.


Chegamos a Lisboa.
A viagem correu bem, obrigado, embora atravessar o Atlântico durante a noite seja sempre cansativo.
Amanhã começa a segunda fase do trabalho do Árctico: processar e analisar as amostras recolhidas nestes dias.

Notícias de Umiujaq dizem que o tempo melhorou um pouco. Algum Sol e frio.
A partir de agora o nosso diário passa a ser Semanário.
Vamos mantendo informados todos aqueles que têm acompanhado o nosso projecto - Ártico 2009 -.



- IPIMAR, Lisboa -

sábado, 23 de maio de 2009

Dia 12

+20ºC.
Sol!
Montréal.

Uma manhã na Cidade para matar saudades.
O voo para Lisboa, via Paris, é às 17:30.
Um sem número de coisas para fazer, amigos para visitar, as últimas compras.
Cada vez sentimos o Árctico mais distante, com o seu tão único ar puro e frio a bater-nos na cara. Não será, de certo, a última vez que lá estivemos mas agora, a mil e tal quilómetros de distância, já sentimos saudade.

O - Árctico 2oo9 - versão Laboratório vai começar agora.
As nossas notícias continuarão, desde Lisboa.
Até lá!


- Downtown -


- Downtown -


- Plateau Montréal -

- Downtown -

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Dia 11

+16ºC.
Montréal.

Conseguimos sair!
Ontem não tinha havido voo, mas hoje sim.
Apesar dos -6ºC e da neve durante todo o dia, o avião passou por lá para nos apanhar.

Só soubemos que havia voo cerca do meio dia por isso, pelo sim pelo não, começamos a arrumar o material todo de manhã para estar tudo pronto a ser transportado.
Basicamente só são amostras para analisar em Lisboa. Como grande parte das determinações vão ser feitas no Canadá, não vamos muito carregados.

Quando soubemos que iríamos foi arrumar as malas e colocar tudo dentro da melhor maneira possível. Almoçar e partir para o Aeroporto.
Sensação muito estranha esta, a de abandonar uma Vila tão acolhedora que nos recebeu tão bem nestas duas semanas.
Mas a vida é assim e, quem sabe, voltaremos...
Os nossos colegas canadianos ainda ficam até Quarta Feira para fazerem as últimas medições na componente atmosférica. Resta-lhes arrumar tudo e regressar.

A viagem de quatro horas para Montréal correu muito bem e ainda paramos em Kuujjuarapik , o que nos permitiu matar saudades e efectuar os procedimentos de segurança antes de aterrarmos em Montréal.

A sensação que tivemos ao abandonar o Árctico foi de tempo passado a voar.
Embora a uns milhares de quilómetros de Lisboa, e com um ambiente completamente diferente, nunca deixamos de nos sentir em casa.

Voltaremos por certo.
Ainda daremos notícias de Montréal.

- O avião de regresso -

- Deixar o Árctico -

- Lá em cima -

- Aterrar em Montréal -


- O levantar em voo de Kuujjuarapik -

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Dia 10

-13ºC.
Umiujaq.


Último dia em Umiujaq.
Se tudo correr bem, amanhã, por esta hora, estaremos em Montréal.
Não é que estejamos desejosos de partir. É que é sempre um stress saber se temos, ou não, voo de regresso. Estamos dependentes do tempo.

Hoje foram as últimas amostragens.
Rio e retirar os DGT's dos locais onde os havíamos deixado.
DGT's são uns dispositivos que possuem um gel de difusão e uma resina que acumula os metais. Os DGT's são colocados na água e depois, tendo em conta a concentração dos metais determinados na resina, o pH, a temperatura da água e o tempo em que tiveram expostos conseguimos perceber as concentrações reais. Enfim, Química!

Mas está quase tudo concluído e com os objectivos que nos propusemos atingidos.

Hoje, devido à acumulação da neve nas estradas, ficamos com o carro atolado. Tiveram de nos ir tirar de lá. É uma aventura, surgem sempre situações para as quais não estamos habituados.

A vinte e quatro horas da partida já começamos a sentir saudades do Norte.


- Umiuaq hoje -
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- Colocação dos DGT's -
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- DGT na água de um Lago -

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Dia 9

-15ºC.
Umiujaq.

A tempestade acalmou mas não se conseguiu hoje, mais uma vez, fazer de trabalho de campo. Só para zonas onde, entretanto, limparam os acessos.

A nossa urgência era ir ver o estado da Estação Meteorológica e das câmaras de fluxo de dióxido de carbono e metano.
Estávamos verdadeiramente preocupados, mais porque os Inuits nos diziam que tempestades como estas nem no último Inverno tinham aparecido.
Como a manhã até estava relativamente agradável (-18ºC, mas sem vento) fomos fazer todo o trabalho de exterior, deixando para a parte da tarde o trabalho de Laboratório e a actualização do log book.

No final da manhã passamos pelo supermercado Co-Op e vimos uma jovem de raça negra também às compras. Já a tínhamos visto no avião de Montréal.
Continuamos a falar e o rapaz que estava com ela dirigiu-se a ela e apontou para nós. Ela veio ter connosco e disse que saudades de ouvir e falar português.
E falou, falou, falou... :)
Era uma Angolana, casada com um enfermeiro Canadiano que exerce a sua profissão em Umiujaq. O mundo é mesmo muito pequeno!

A Sexta Feira aproxima-se a passos largos.
O trabalho está praticamente feito.
Os nossos objectivos quase cumpridos.

Entretanto às 15:00 começou a nevar e ainda não parou.
Esperamos poder sair daqui na Sexta Feira sem problemas.

- A Estação Meteorológica quando chegamos -

- A mesma, hoje -

- A entrada do Laboratório -

- A entrada do Hotel e o nosso carro -

terça-feira, 19 de maio de 2009

Dia 8

-23ºC.
Umiujaq.

Tal como se advinhava a tempestade de Inverno abateu-se sobre Umiujaq.
Estão -23ºC lá fora e é impossível sair com este tempo.
O vento também não ajuda... 98 km/h.
Estão todos os trabalhos de campo suspensos por hoje.
Temos no entanto trabalho de laboratório e por isso não é lazer completo.

O tempo para os próximos dias não vai melhorar e nós, os portugueses, já equacionamos regressar mais cedo a Montréal.
O voo para Lisboa é no Sábado e este não podemos perder!

Estaremos, por isso, em alerta para quando o tempo o permitir e houver avião irmos para Sul. Veremos se será na Quinta ou já na Quarta Feira.
A Primavera teima em chegar.

A Marta foi à entrada do Hotel e filmou isto...



segunda-feira, 18 de maio de 2009

Dia 7

+1,5ºC.
Umiujaq .

Começa a tornar-se regra.
Hoje o dia esteve bom.
Embora com uma temperatura de -12ºC às oito horas da manhã, o dia até esteve aprazível!

Aproveitamos para fazer todas as recolhas de amostras da parte da manhã.
Seria novamente o rio e iríamos à Baía de Hudson para mais uma amostragem.
Um acidente de percurso com a correia de transmissão do skidoo onde ia o João e o Martin partiu, o que fez com que nos atrasássemos. No entanto, tudo correu bem.
Nota-se que o degelo progride em força pois a profundidade deste na Baía diminuiu numa semana, apesar do mau tempo que se tem feito sentir.
Para nós é bom pois é um dos objectivos que nos traz até cá.
Precisamos de avaliar se essa fusão do gelo contribui para o aumento da concentração de metais pesados na água.

Tal como referimos anteriormente o gelo acumula alguns desses metais e é de se supor que, quando este derrete, existirá um input desses contaminantes para a água.
E com este input pretendemos igualmente verificar se - e como - os organismos aquáticos respondem a este incremento da concentração de metais.

Neste momento, e apesar do dia agradável com as temperaturas a subir, o vento começa a levantar-se aqui a Norte.
Para amanhã prevêem vento de 100 km/h e blizzard.
Estas condições metereológicas poderão comprometer os nossos planos.
Veremos!

- A Baía de Hudson quando chegamos -
- A Baía de Hudson ontem: já existem zonas sem gelo -
- O Rio já com água corrente -
- E como corre.. -

domingo, 17 de maio de 2009

Dia 6

-6ºC.
Umiujaq.

Hoje o tempo voltou a mudar.
Acordamos com um vento brutal e a neve caiu durante todo o dia.
Máxima de -4ºC foi o melhor que conseguimos!
Já percebemos que temos Primavera num dia e Inverno no outro.

Tivemos de adiar os nossos planos de campo sem contudo deixar de realizar os trabalhos que fazemos diariamente.
Fomos ao rio onde já tinha começado o degelo para nova amostragem e, como o vento tinha mudado de direcção, recolhemos novas amostras de neve.

No entanto, para os gansos do Árctico a Primavera esta aí e em força.
Ontem vimos bandos enormes destas aves a dirigirem-se para Norte.
Cada ano que passa vêm mais cedo, disseram-nos os Inuits.
São as alterações climáticas!

Também nos falam da chegada da Primavera cada ano mais cedo (não esta, pelos vistos!).
Mas é um espéctaculo olhar para o céu e ver os bandos de gansos a chegarem de Sul.
São bandos atrás de bandos. Vêm de todas as direcções.

Claro que com os gansos chega a época da caça.
Encontramos uns caçadores que no dia anterior tinham caçado vinte e uma aves.
Em terra de caçadores e pescadores a chegada da Primavera traz consigo mais actividade.

- Um dos bandos lá bem alto -

- E aí voam eles... -

- ... em direcção a Norte -

- Os nossos caçadores -

sábado, 16 de maio de 2009

Dia 5

-9ºC.
Umiujaq.

Hoje íamos finalmente para os Lagos de termocarso.
A alvorada foi cedo com direito a transportar almoço e tudo!
O Lago ficava a seis quilómetros da Vila e íamos de skidoo, por isso não tínhamos a noção do tempo que levaríamos.
À saída a temperatura era de -9ºC mas, hoje, sem vento.
Até o Sol ainda espreitou.

Demoramos cerca de uma hora a lá chegar e quando vimos o local tivemos a certeza que era o que procurávamos.
Apesar coberto de gelo, tinha todo o aspecto de um Lago deste tipo.

Descarregar material, começar as medições e recolha de amostras.
Foram duas horas de trabalho intenso e gratificante.
Encontramos o que queríamos.

De seguida foi almoço e explorar as imediações.
Mais uma vez achamos que este local do planeta é lindo.
A meio da tarde tínhamos de voltar ao Laboratório para processar as amostras.
Como é Sábado acabamos mais cedo.

Entretanto aprendemos a dizer em Inuit: nunca mais vais comigo caçar caribus.
Aqui fica,
Tuktusiuriagaticitqingnapinngitkyptinnga.
É o máximo!

...

- Lago gelado -

- Água do Lago -

- Amostragem -

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Dia 4

-12ºC.
Umiujaq.

Acordar com -12ºC e com um vento de 70 km/h fez imediatamente perceber nova mudança no tempo.
Os nossos planos exploratórios ficaram adiados.
Não havia condições para andar por aí.

O vento forte e a neve impediam a visibilidade.
No entanto foi uma excelente oportunidade de colher neve nova.
Foi o que fizemos.
Neve e voltar ao rio para recolher novas amostras.
Acreditem que foi duro.
A temperatura não era por aí além mas o vento impedia qualquer tentativa de bem estar fora de campo.
Fez-se o possível.
De tarde processar amostras e por o log book em dia.

Amanhã prevê-se nova melhoria de tempo e contamos sair o dia inteiro.

- Em Umiujaq estavamos assim -

- E no rio assim! -

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Dia 3

+8ºC.
Umiujaq.

Aqui no Árctico a Primavera é assim!
Num dia -10ºC. No dia seguinte +8ºC.

Acordamos com chuva, mas uma temperatura mais agradável.

Quando saímos à rua vimos que grande parte da neve tinha começado a derreter, o que para nós é um problema pois ainda não tínhamos amostrado nenhuma.
A parte da manhã foi dedicada a preparar o material para recolha de neve e a fazer umas compras no 'supermercado' local.
Prateleiras vazias pois o avião com o novo 'carregamento' só chegava ao final da manhã. Teríamos de passar por lá depois!

Entretanto fomos arranjar o Modem para a Internet por satélite e visitar a Escola local, muito mais bem equipada que muitas no nosso país.
A tarde foi ocupada a fazer amostragens de neve... e de água, pois o gelo dos rios estava a derreter rapidamente e nós queríamos obter amostras dessa água também.
Sabíamos, pela experiência no ano passado, que o gelo concentra contaminantes e é nesta fase, em que começa a fundir, que esses contaminantes entram nos sistemas aquáticos.

São neste momento 19:50 e lá fora chove.
Amanhã o dia será de exploração pois ainda não descobrimos muitos dos Lagos de termocarso, o que pretendemos realmente.

- O rio onde estivemos com água a correr -

- Com a fusão da neve começa a aparecer a vegetação -


- E os líquens sobre as rochas também -

- Amostragem de neve -

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Dia 2

-10ºC.
Umiujaq.

Acordamos e um vento brutal!
A temperatura devia estar nos -20ºC sob o efeito do vento.

Partimos com os skiddos e os trenós carregados de material rumo aos locais de amostragem.
Começamos pelo rio a norte da Vila e começamos mal.
O skidoo e trenó onde ia o João apanhou gelo mais frágil e água.
Felizmente as coisas não foram piores devido à experiência do Guia Inuit e do nosso colega canadiano Martin. Mesmo assim ainda lhe entrou alguma água para as botas.

Depois o normal nestas amostragens.
Fazer um buraco no gelo, medir os parâmetros físico-químicos, recolher amostras de água, gelo, sedimento e ar.

Do rio partimos para a Baía de Hudson.
Queremos ver o efeito da salinidade na partição dos contaminantes.
De seguida os Lagos. Um deles era um Lago de termocarso (podem consultar a explicação em Portal Polar).
Regresso ao Laboratório no final do dia. Processamos as amostras, jantar e cama.
Tinha sido um dia esgotante.

Quando nos vimos ao espelho estávamos todos vermelhos.
Quem disse que o Árctico não bronzeia..!?


- Mesmo antes da partida -

- Tentávamos chegar à água -

- Aí está ela! -

- Amostra de gelo de um Lago -

- No meio do rio -

terça-feira, 12 de maio de 2009

Dia 1

Primeiro dia no Árctico.
-8ºC.
Umiujaq.

Tinha nevado durante a noite e acordamos com tudo branco.
Este foi o dia para montar equipamento, uma estação meteorológica e também para preparar o material para as amostragens do dia seguinte. Seriam quatro locais de amostragem.

Tivemos de verificar se o material que trouxemos de Portugal se mantivera selado durante a viagem para evitar problemas de contaminação.
Foi o dia quase todo passado no Laboratório improvisado.
Estávamos a trabalhar num antigo matadouro de Caribus, agora desactivado, pois estes animais já não passam por aqui.
Pois é! São as alterações climáticas com efeitos nas rotas de migração.

O resto do dia foi a tratar da logística.
Arranjar skidoos (motos de neve) e um Guia.
O tempo teimava em não aquecer e a neve caía em flocos.

- A montar a Estação Meteorológica -

- O pequeno Laboratório -

- A preparar os recipientes de recolha -

- As arcas com o material: uma arca por site -